Fotografias da exposição LUME, de Clara Fernandes

20/08/2009

Sombra que samba (fotografia de Felipe Obrer sobre obra de Clara Fernandes)

(140 fotografias de Felipe Obrer sob/sobre/para/das obras de Clara Fernandes expostas no Museu Cruz e Sousa, com o nome LUME)

Algumas fotografias ficaram sem foco, ou com o foco em ponto difuso.

Pra quem, como eu, anda pensando em fazer uma exposição de fotos chamada miopia e astigmatismo, está tudo bem.

Aceitei todas as imagens que saíram das obras (ou entraram nelas).

Os efeitos foram todos na hora, com exposição longa e giro da câmera. Nada de edição, nada de seleção.

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Até o dia 30 de agosto ainda dá tempo de ver LUME, exposição de Clara Fernandes

17/08/2009
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Nesta quarta-feira às 16h acontece mesa-redonda com a artista no Museu Histórico de Santa Catarina (Palácio Cruz e Sousa).

A visitação à exposição vai, como dito no título desta nota, até o dia 30 de agosto.

Entrada franca

Uma curiosidade: Clara Fernandes é autora da arte do encarte e da capa do CD Dois Mundos, lançado este ano, do Quarteto Rio Vermelho, cujo show com Alegre Corrêa acabei de divulgar há pouquinho. Dessas coincidências significativas que não dá pra deixar de notar, já que até então pensei que não conhecia o trabalho da Clara Fernandes, até que deu um clic daqueles que nem se deve tentar explicar.

Reproduzo texto de autoria da curadora, Kamilla Nunes, enviado por ela:

A artista Clara Fernandes faz instalações de grandes dimensões flutuarem através de anteparos invisíveis, infiltrados pelo espaço urbano, a fim de provocar questionamentos tanto sobre a história do local onde são inseridas, quanto sobre a relação ramificada do pensamento plástico que se replica para além do espaço e, neste caso, para aquém da literatura de Cruz e Sousa e Virgílio Várzea, no que tange seus passeios pela antiga Desterro.

Postal-753236 (fotografia de Jacó da Silva sobre obra de Clara Fernandes - Divulgação - todos os direitos reservados)

A mostra LUME inscreve-se em sofisticados idílios visuais, cujas formas imutáveis lembram redes de pesca, teias de aranha e demais emaranhados calculados e luminosos ou, refratores de luminosidade. Duas das obras expostas são penetráveis, digo, acolhem o corpo do mero espectador. A série de três manuscritos realizados em intervalos de tempo de 10 anos: 1989, 1999 e 2009, instalados como duplos de sombras, foram construídos no tear, com metal e polyester. Se Manuel de Barros inventa brinquedo com palavras e faz coisas desúteis, Clara Fernandes inventa palavras com tramas e silêncio, partituras e desejos.

Ela -Clara Fernandes- diz: O princípio deste conjunto de ações se deu pela observação de alguns espaços públicos e ambientes naturais e seus amplos interespaços vazios que envolvem pessoas e as idéias que nelas fazem circular. Pensei então em construir anteparos de grandes dimensões que fizessem os pontos de ligação entre os diversos momentos da circulação e funcionassem como um “filtro das idéias” que movimentam o espaço.

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Chacal e Sérgio Vaz passam por Floripa

25/04/2009
Chacal à esquerda, de pernas cruzadas, Sérgio Vaz à Direita, de braços cruzados. Ambos estavam com a língua redonda.

Chacal à esquerda, Sérgio Vaz à direita

Ontem à noite (sexta-feira, dia 24 de abril) assisti a uma mesa redonda sobre poesia periférica, dentro da programação do Folias da Fala, no SESC.

Foi muito estimulante perceber, depois de um bom tempo, a poesia como algo vivo, dinâmico, flexível, que gera contato. E contato, como dizia um velho sábio, vem a ser a apreciação das diferenças.

Conheci um pouco do trabalho desenvolvido na Cooperifa, pelo Sérgio e seus aliados.

Ouvi, do próprio Chacal, que coordena há anos o CEP 20.000 e toca outros projetos, a Ópera de pássaros, que já conhecia mas redescobri na voz ao vivo ao pé do ouvido:

“a objetividade da fotografia
é uma falácia

erram os que acham que ela retrata o real

o que há
é que quando o fotógrafo diz
“olha o passarinho”
uma ave de asas oblongas
sai de dentro do olho da câmera
com um embornal de pinceizinhos
e uma paleta de cores

sobrevoa a cabeça do fotógrafo
sobrevoa a cabeça do fotógrafo
e pousa sobre seu ombro esquerdo

de lá, pinta a cena

em suma: a fotografia é uma ópera de pássaros”